

O que é o Fact-Checking e o que são sites de Fact-Checking?
De acordo com a UNESCO (2019) , o termo “Fact-checking” pode ser interpretado de duas formas distintas na área do jornalismo. Na sua interpretação tradicional, esses verificadores eram utilizados nas redações para se fazer uma revisão e investigação da veracidade das alegações factuais realizadas por repórteres. Este género tradicional de “fact-checking” “(...) avalia a solidez do relatório, verifica fatos e números e serve como uma sequência geral de controle de qualidade para o conteúdo de uma notícia antes da publicação” (UNESCO, 2019, p. 88), sendo esta prática maioritariamente aplicada nas grandes revistas semanais norte-americanas, como por exemplo, na TIME. O outro tipo de “Fact-checking” chama-se ex post e consiste em procurar responsabilizar os políticos e outras figuras públicas pela veracidade das suas declarações transmitidas, “Os verificadores de fatos nessa linha de trabalho buscam fontes primárias e respeitáveis que possam confirmar ou negar reivindicações feitas ao público” (UNESCO, 2019, p. 88). O “fact-checking” ex post foca-se objetivamente “(...) em anúncios políticos, discursos de campanha e manifestos partidários” (UNESCO, 2019, p. 89).
Desta forma, a verificação de factos obteve uma maior relevância e espalhou-se pelo mundo.
“O factchecking é considerado fundamental para a transmissão de uma ideia de confiança, segurança e credibilidade” (Cardoso, Baldi, Quintanilha & Paisana, 2020, p. 4). “O objetivo é trazer a informação correta ao público, com toda a transparência necessária que o leitor precisa” (Cesa, 2023, p.10).
Os sites de fact-checking surgiram como uma tentativa de parar os avanços das notícias falsas, deste modo, o Parlamento Britânico criou uma comissão que visava investigar como se podia detetar e impedir futuras publicações de conteúdo falso e malicioso na internet, de acordo com (Canavilhas & Ferrari, 2018, p.33). De acordo com Canavilhas & Ferrari (s/d), o primeiro passo por parte da Argentina foi dar início a uma ofensiva contra a propagação de notícias falsas que aparentem ser verdadeiras, desta forma, foi feito um acordo com o Facebook e o centro de pesquisa jornalística Correctiv, para ser possível evitar a propagação de desinformação. Desta maneira, é possível concluir que sites de fact-checking consistem no “combate às fake news e que têm como base o trabalho de equipas de jornalistas especializados capazes de dominar técnicas de rastreio de dados” (Cardoso, Baldi, Quintanilha & Paisana, 2020, p. 9) e “conferir o grau de verdade de falas de figuras públicas, usando dados de especialistas, da academia ou do próprio governo”, investigando e verificando a veracidade de todas as informações que circulam nos meios de comunicação, fornecendo ao público as ferramentas necessárias para se poder diferenciar entre as informações confiáveis e a desinformação (Cesa, 2023, p. 40).