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Ética de sites de Fact-Checking

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Ética

   Acompanhando o raciocínio da importância dos sites de fact-checking para combater a desinformação e má-informação, é interessante relacionar ao processo jornalístico e ética que os mesmos seguem. Assim sendo, a ética, responsabilidade, transparência, normas e valores são os que orientam os jornalistas contra a desordem da informação, tendo como objetivo preservar as informações verificáveis e informações compartilhadas de interesse público, fatores que sustentam a credibilidade do jornalismo (Ireton & Posetti, 2019).

   Destacando a afirmação do professor Charlie Beckett da London School of Economics que resume o valor potencial da crise de fake news para o jornalismo:“...fake news é o melhor evento que aconteceu há décadas. Ela dá ao jornalismo de qualidade atual a oportunidade de mostrar que tem valor baseado em conhecimento, ética, engajamento e experiência. É um convite para ser mais transparente, relevante, e para agregar valor à vida das pessoas. Ele pode desenvolver um novo modelo de negócios de verificação de fatos, de caçar mitos e, como um todo, apresentar uma alternativa melhor para a falsidade” (Ireton & Posetti, 2019).

   Há que ressaltar que os jornalistas têm vozes independentes e isso significa não agir, formal ou informalmente, em nome de interesses especiais, reconhecendo e declarando, publicamente, qualquer facto que possa constituir um conflito de interesses (Ireton & Posetti, 2019).

   Pelos diversos desafios que surgem diariamente, como a manifestação do ódio online, a proliferação do “conteúdo-marketing”, a publicidade e o interesse pessoal das relações públicas, organizações e jornalistas, há que ser dado mais valor ao jornalismo ético como o pilar central de um modelo de prática sustentável, pela luta a contra crises financeiras e de confiança (Ireton & Posetti, 2019).

   Os códigos de ética estão destinados a apoiar a recolha e análise na verificação das informações de interesse público, e são o que distinguem o jornalismo, e em especial a reportagem de notícias, e outros tipos de comunicação. De maneira a que haja confiança em relatórios precisos, responsáveis e independentes, essenciais para conquistar as audiências e permitir uma esfera pública comum na qual o debate e discussão de ideias possa acontecer através dos factos compartilhados, tendo assim públicos bem informados que procuram e compartilham conteúdo confiável é realmente uma solução para acabar com a disseminação da desinformação e da informação incorreta (Ireton & Posetti, 2019).

   Assim sendo,  o jornalismo é definido no documento CCPR/C/GC/34, para. 44, como “uma função compartilhada por uma ampla gama de atores, incluindo repórteres e analistas profissionais de tempo integral, bem como blogueiros e outros que se envolvem em formas de publicação própria na mídia impressa, na Internet ou em outros lugares” (Ireton & Posetti, 2019).

   É importante perceber que aqueles que afirmam fazer jornalismo podem se estender mais do que aqueles que são jornalistas no sentido profissional, enquanto aqueles que estão empregados ou que se identificam como jornalistas podem ocasionalmente ou mesmo sistematicamente ficar aquém de produzir conteúdo que seja preciso, justo, independente e profissional no interesse público (Ireton & Posetti, 2019).

   A transparência pode ser considerada a nova objetividade, significando o explícito objetivo de informar da melhor maneira para todos entenderem (Ireton & Posetti, 2019).

  A justiça, precisão, independência, contextualidade, proteção de fontes confidenciais e perspicácia fortalecem a confiança, a credibilidade e a confiança. Os objetivos referidos são cumpridos em uma variedade de estilos e histórias jornalísticas, cada um incorporando diferentes narrativas que, por sua vez, são baseadas em diferentes valores e diferentes perspectivas de justiça, contextualidade, fatos relevantes, etc (Ireton & Posetti, 2019).

Instituto Politécnico de Setúbal

Escola Superior de Educação                       

 

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